O novo ouro negro
Passaram 13 anos da descoberta do grafeno e só a União Europeia investiu mil milhões de euros para investigar este material. A Graphenest colocou Portugal no mapa da inovação.
A descoberta do grafeno, em 2004, renderia a Andre Geim e Konstantin Novoselov o prémio Nobel da Física apenas seis anos depois. E volvidos três anos, em 2013, a União Europeia lançaria a maior iniciativa de investigação científica mundial: mil milhões de euros de orçamento para que um consórcio de investigadores académicos e industriais (como a Fiat, a Sanofi Aventis ou a IBM) tirem o grafeno dos laboratórios e o façam ajudar a economia a crescer através de novos empregos e oportunidades. Há quem acredite que a partir da próxima década este material estará a render milhares de milhões de euros ao ano.
Tal como os investigadores da Universidade de Manchester, também o engenheiro mecânico Vítor Abrantes chegou ao grafeno pelo acaso: certo dia de 2013, ao passar os olhos pelas notícias no Facebook, leu sobre uma bateria de telemóvel com grafeno, que recarregava em poucos minutos.
A notícia foi a epifania para o projecto que viria a redundar na Graphenest, empresa portuguesa pertencente ao tal consórcio da União Europeia, o “The Graphene Flagship”. Com a mão científica de Bruno Figueiredo – considerado pela FORBES um dos nomes sub-30 a seguir na ciência mundial –, e a acuidade técnica de Rui Silva, ambos engenheiros químicos, Vítor deu vida a um método de sintetização de grafeno que é o cerne desta empresa sediada em Paradela do Vouga.
Uma história a conhecer na edição de Fevereiro, já nas bancas.